Geração Y e a escola
2 de agosto de 2010
Ser professor hoje requer competências que são muito difíceis de administrar. Cabe então uma reflexão sobre o encontro entre aprendizes e mestres. No cotidiano da sala de aula, nos deparamos com gerações diferentes, conflitos, incertezas, tempos incertos, mundos antagônicos…
Os jovens da Geração Y tiveram muito acesso a informações desde cedo. Eles chegam às escolas com um grande conhecimento de mundo, domínio de idiomas e uso de novas tecnologias. Esse conjunto de habilidades os desestimula a aula convencional do “cuspe e giz”.
Como resolver isso? É possível entender como pensam e agem as pessoas da geração digital?
Pesquisas apontam que os jovens nascidos nos anos de 80 e 90, conhecidos como Geração Y, apresentam características próprias. Educadores no exercício da função precisam conhecer esse grupo que são vistos como inquietos e que estão sempre “conectados”. Isso mesmo, ligados o tempo todo!
Você já deve ter observado que o jovem hoje faz muitas coisas ao mesmo tempo. Enquanto assiste a um programa de televisão, trabalha no computador, conversa no MSN, escuta uma música, joga pela internet, responde o celular. E o professor diz “Menino, preste atenção! Uma coisa de cada vez. É preciso foco!” Podemos considerar relevante seu posicionamento?
Como estão sempre interligados em redes sociais, existe uma grande informalidade nas relações pessoais. Conseqüentemente criam relacionamentos menos hierarquizados, que podem impactar um professor mais autoritário. Têm facilidade de criar em grupo formando redes e assim, trabalham com determinação as tarefas colaborativas, que não precisam nem ser feitas no mesmo espaço, mas pela internet. Esse é o mundo deles!
A Geração Y está habituada a se comunicar, a integrar e a colaborar virtualmente. Então, conclui-se que é fácil desenvolver trabalhos pela internet, é produtivo organizar propostas interdisciplinares em que as áreas se integram numa visão mais holística.
Um estudo feito recentemente por uma universidade americana apontou que os jovens da Geração Y conseguem manter o foco em uma única tarefa por 15 minutos apenas. Passado esse tempo procuram outra atividade que de preferência possa ser feita simultaneamente a outra. Sabendo que as aulas de uma instituição brasileira duram em geral 50 minutos, resta saber o que eles fazem nos outros 35 minutos que são obrigados a permanecer na sala de aula!
Esses jovens se preocupam com a preservação do meio ambiente e lutam pelas causas sociais, pois estão inseridos nessa realidade. E mais! Eles valorizam muito a vida pessoal, o seu bem-estar, e o enriquecimento pessoal. Vislumbro uma possibilidade de trabalhar com a pedagogia de projetos e o empreendedorismo.
Podemos explorar as características da Geração Y desenvolvendo propostas mais ousadas. É hora de colocar em prática um jeito novo de ensinar e dar a virada no ensino! Não podemos nos esquecer que esse jovem representa a realidade futura. E é função do educador prepará-lo para vida.
Pense nisso e eduque para a ação!